As
angiospermas são plantas vasculares, cujo corpo é dotado de raízes, caule e
folhas, e são capazes de produzir flores, frutos e sementes. Não precisam de
água para a reprodução e também se reproduzem por alternância de gerações, com
o esporófito representando a fase complexa e duradoura, enquanto o gametófito é
a fase simples e passageira.
São
as únicas plantas que produzem flores e frutos (angiospermas: do grego angeion = vaso, bolsa, urna; sperma = semente). As sementes sempre
estão encerradas nos frutos.
REPRODUÇÃO
DAS ANGIOSPERMAS
As flores são
estruturas reprodutivas das angiospermas, e uma flor completa possui as seguintes
estruturas:
Pedúnculo: eixo de sustentação da flor.
Também chamado de pedicelo.
Receptáculo floral: dilatação do
pedúnculo. Onde se inserem as peças florais.
Cálice: conjunto formado por folhas
modificadas chamadas sépalas.
Corola: conjunto formado por folhas
modificadas, geralmente coloridas, chamadas pétalas.
Androceu: sistema reprodutor masculino.
É formado por várias estruturas chamadas estames.
Gineceu: sistema reprodutor feminino. É formado por
estruturas chamadas carpelos ou pistilos
Os estames são
esporófilos masculinos, constituídos de:
Filete: estrutura que sustenta a
antera.
Antera: estrutura que abriga os sacos polínicos (microsporângios).
No interior do
saco polínico existem células-mãe do
micrósporo (2n), que sofrem meiose, formando quatro células chamadas micrósporos (n). Então, o núcleo do
micrósporo sofre mitose e o micrósporo sofre uma diferenciação, formando o grão de pólen. O grão de pólen possui
dois núcleos: um é chamado de núcleo
vegetativo, e o outro de núcleo
reprodutivo (ou germinativo),
ambos haplóides.
Os carpelos
são esporófilos femininos, constituídos de:
Estigma: porção apical do carpelo,
responsável pela recepção do grão de pólen.
Estilete: eixo de sustentação do
estigma.
Ovário: porção basal globosa que produz
e armazena os óvulos.
Cada óvulo é
um megasporângio. Em seu interior existe uma célula-mãe do megásporo (2n), que sofre meiose, formando quatro
células haplóides. Dessas células, três se degeneram, e apenas uma forma o megásporo funcional (n). O megásporo
cresce e passa a ocupar todo o espaço interno do óvulo, e passa a se chamar saco embrionário (gametófito feminino).
Então, o núcleo do megásporo sofre três mitoses consecutivas, formando oito
núcleos, dos quais:
- Três núcleos
formam células chamadas antípodas.
- Dois núcleos
ficam na região central e são chamados de núcleos
polares.
- Dois núcleos
formam células chamadas sinérgides.
- Um núcleo
forma a oosfera, gameta feminino que
fica entre as duas sinérgides.
A abertura do
óvulo é chamada de micrópila.
ETAPAS
DA REPRODUÇÃO
O processo
reprodutivo pode ser dividido em três fases:
- POLINIZAÇÃO:
Consiste no transporte do grão de pólen desde a antera até o estigma. A
polinização pode ser:
. anemófila: quando é feita pelo vento.
. entomófila: quando é feita por insetos.
. ornitófila: quando é feita por pássaros.
As
flores polinizadas por insetos e pássaros geralmente têm perianto vistoso,
glândulas odoríferas, produzem néctar e os estigmas são estreitos, ao contrário
do que se verifica em plantas polinizadas pelo vento.
-
GERMINAÇÃO DO GRÃO DE PÓLEN: Uma vez no estigma, o grão de pólen germina,
formando o tubo polínico (gametófito
masculino), que cresce através do estilete em direção à micrópila do óvulo. O
núcleo vegetativo orienta o crescimento do tubo polínico, enquanto o núcleo
reprodutivo segue-o. Antes de atingir o óvulo, o núcleo reprodutivo divide-se,
formando dois núcleos espermáticos
(n), que são os gametas masculinos.
-
FERTILIZAÇÃO: O tubo polínico penetra o óvulo pela micrópila e atinge o saco
embrionário. Nessa altura, o núcleo vegetativo já se degenerou e os núcleos
espermáticos começam o processo de fertilização.
O
primeiro núcleo espermático se une à oosfera, formando o zigoto (2n). O zigoto, por mitoses sucessivas, formará o embrião da nova planta.
O
segundo núcleo espermático funde-se com os dois núcleos polares, formando um núcleo triploide (3n). Esse núcleo
formará um tecido triploide chamado endosperma
ou albúmen, rico em reservas
nutritivas.
Após
a fertilização, ocorre o desenvolvimento do óvulo, que forma a semente, e do ovário, que forma o fruto. Então, com participação do
fruto, as sementes são propagadas, formando novas plantas, fechando o ciclo
reprodutivo.
Os frutos são
classificados basicamente em carnosos
e secos. Os frutos carnosos são
suculentos e geralmente comestíveis, como a laranja, a goiaba, a uva, o
abacate, o pepino, o tomate, etc. Já os frutos secos não são suculentos, como a
vagem do feijão, os grãos de milho, etc.
Mas existem
também os pseudofrutos, que são
estruturas carnosas que se desenvolvem a partir de outra parte da flor, e não
do ovário. É o caso da maçã e da pêra, que são formadas a partir do receptáculo
floral desenvolvido, e do caju, que é o pedúnculo desenvolvido. No caso do
caju, a castanha é o fruto verdadeiro. O morango é uma infrutescência formada
do pedúnculo, e os frutos são as “pintinhas” que o morango apresenta.
Outro caso
curioso é o das bananas. As bananas são frutos chamados partenocárpicos, ou seja, os ovários se desenvolvem sem ter havido
fertilização. Por esse fato, as bananas são frutos que não apresentam sementes.
Tegumento ou casca: é o envoltório protetor da semente.
Embrião: estrutura diplóide originado
do zigoto e que formará a nova planta. No embrião existe:
.
Uma radícula, que dará origem à
raiz.
. Um caulículo, que dará origem à porção basal do caule.
. Uma gêmula, que formará a porção apical do caule.
. Os cotilédones, que são folhas modificadas associadas à nutrição do
embrião para formação da nova planta.
Endosperma ou albúmen: tecido triploide que acumula substâncias que nutrem o
embrião.
As sementes
podem possuir um ou dois cotilédones (é uma maneira de classificação das
angiospermas). Quando a semente possui um cotilédone, este é reduzido e o
endosperma é bem desenvolvido. Quando a semente possui dois cotilédones, estes
são desenvolvidos, e o endosperma é reduzido.
CLASSIFICAÇÃO
DAS ANGIOSPERMAS
As
angiospermas são classificadas de acordo com o número de cotilédones em suas
sementes. Assim, não classificadas em monocotiledôneas
e dicotiledôneas.
Além do número
de cotilédones nas sementes, as monocotiledôneas e dicotiledôneas apresentam
uma série de diferenças. São elas:
MONOCOTILEDÔNEAS
|
DICOTILEDÔNEAS
|
Raízes fasciculadas ou em cabeleira (aglomerado
de raízes com mais ou menos o mesmo grau de desenvolvimento)
|
Raízes pivotantes ou axiais (tem maior grau de desenvolvimento
que as raízes secundárias, e penetram o solo verticalmente)
|
Caules com feixes liberolenhoso (vasos
condutores) desordenadamente distribuidos
|
Caules com feixes liberolenhosos ordenados em
círculos concêntricos.
|
Folhas com nervuras paralelas (paralelinérveas)
|
Folhas com nervuras em rede (reticuladas)
|
Flores trímeras, com peças florais em número de
três ou múltiplo de três (três sépalas, três pétalas, três estames, três
carpelos, ou seis sépalas, seis pétalas...)
|
Flores dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras (peças
florais organizadas em número de dois, quatro, cinco ou múltiplos)
|
Sementes com um cotilédone e endosperma bem
desenvolvido
|
Sementes com dois cotilédones e endosperma pouco
desenvolvido
|
Ex: milho, cana-de-açúcar, grama, lírio, arroz, etc.
|
Ex: laranja, feijão, soja, maçã, hortelã, tomate,
etc.
|
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