sexta-feira, 29 de junho de 2012

Resumo: Angiospermas


                As angiospermas são plantas vasculares, cujo corpo é dotado de raízes, caule e folhas, e são capazes de produzir flores, frutos e sementes. Não precisam de água para a reprodução e também se reproduzem por alternância de gerações, com o esporófito representando a fase complexa e duradoura, enquanto o gametófito é a fase simples e passageira.
                São as únicas plantas que produzem flores e frutos (angiospermas: do grego angeion = vaso, bolsa, urna; sperma = semente). As sementes sempre estão encerradas nos frutos.

   REPRODUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS
As flores são estruturas reprodutivas das angiospermas, e uma flor completa possui as seguintes estruturas:
Pedúnculo: eixo de sustentação da flor. Também chamado de pedicelo.
Receptáculo floral: dilatação do pedúnculo. Onde se inserem as peças florais.
Cálice: conjunto formado por folhas modificadas chamadas sépalas.
Corola: conjunto formado por folhas modificadas, geralmente coloridas, chamadas pétalas.
Androceu: sistema reprodutor masculino. É formado por várias estruturas chamadas estames.
Gineceu: sistema reprodutor feminino. É formado por estruturas chamadas carpelos ou pistilos



Os estames são esporófilos masculinos, constituídos de:
Filete: estrutura que sustenta a antera.
Antera: estrutura que abriga os sacos polínicos (microsporângios).
No interior do saco polínico existem células-mãe do micrósporo (2n), que sofrem meiose, formando quatro células chamadas micrósporos (n). Então, o núcleo do micrósporo sofre mitose e o micrósporo sofre uma diferenciação, formando o grão de pólen. O grão de pólen possui dois núcleos: um é chamado de núcleo vegetativo, e o outro de núcleo reprodutivo (ou germinativo), ambos haplóides.


Os carpelos são esporófilos femininos, constituídos de:
Estigma: porção apical do carpelo, responsável pela recepção do grão de pólen.
Estilete: eixo de sustentação do estigma.
Ovário: porção basal globosa que produz e armazena os óvulos.
Cada óvulo é um megasporângio. Em seu interior existe uma célula-mãe do megásporo (2n), que sofre meiose, formando quatro células haplóides. Dessas células, três se degeneram, e apenas uma forma o megásporo funcional (n). O megásporo cresce e passa a ocupar todo o espaço interno do óvulo, e passa a se chamar saco embrionário (gametófito feminino). Então, o núcleo do megásporo sofre três mitoses consecutivas, formando oito núcleos, dos quais:
- Três núcleos formam células chamadas antípodas.
- Dois núcleos ficam na região central e são chamados de núcleos polares.
- Dois núcleos formam células chamadas sinérgides.
- Um núcleo forma a oosfera, gameta feminino que fica entre as duas sinérgides.
A abertura do óvulo é chamada de micrópila.


 

  

           ETAPAS DA REPRODUÇÃO
O processo reprodutivo pode ser dividido em três fases:
- POLINIZAÇÃO: Consiste no transporte do grão de pólen desde a antera até o estigma. A polinização pode ser:
                . anemófila: quando é feita pelo vento.
                . entomófila: quando é feita por insetos.
                . ornitófila: quando é feita por pássaros.
                As flores polinizadas por insetos e pássaros geralmente têm perianto vistoso, glândulas odoríferas, produzem néctar e os estigmas são estreitos, ao contrário do que se verifica em plantas polinizadas pelo vento.

                - GERMINAÇÃO DO GRÃO DE PÓLEN: Uma vez no estigma, o grão de pólen germina, formando o tubo polínico (gametófito masculino), que cresce através do estilete em direção à micrópila do óvulo. O núcleo vegetativo orienta o crescimento do tubo polínico, enquanto o núcleo reprodutivo segue-o. Antes de atingir o óvulo, o núcleo reprodutivo divide-se, formando dois núcleos espermáticos (n), que são os gametas masculinos.

                - FERTILIZAÇÃO: O tubo polínico penetra o óvulo pela micrópila e atinge o saco embrionário. Nessa altura, o núcleo vegetativo já se degenerou e os núcleos espermáticos começam o processo de fertilização.
                O primeiro núcleo espermático se une à oosfera, formando o zigoto (2n). O zigoto, por mitoses sucessivas, formará o embrião da nova planta.
                O segundo núcleo espermático funde-se com os dois núcleos polares, formando um núcleo triploide (3n). Esse núcleo formará um tecido triploide chamado endosperma ou albúmen, rico em reservas nutritivas.
                Após a fertilização, ocorre o desenvolvimento do óvulo, que forma a semente, e do ovário, que forma o fruto. Então, com participação do fruto, as sementes são propagadas, formando novas plantas, fechando o ciclo reprodutivo.
 



  TIPOS DE FRUTOS
Os frutos são classificados basicamente em carnosos e secos. Os frutos carnosos são suculentos e geralmente comestíveis, como a laranja, a goiaba, a uva, o abacate, o pepino, o tomate, etc. Já os frutos secos não são suculentos, como a vagem do feijão, os grãos de milho, etc.
Mas existem também os pseudofrutos, que são estruturas carnosas que se desenvolvem a partir de outra parte da flor, e não do ovário. É o caso da maçã e da pêra, que são formadas a partir do receptáculo floral desenvolvido, e do caju, que é o pedúnculo desenvolvido. No caso do caju, a castanha é o fruto verdadeiro. O morango é uma infrutescência formada do pedúnculo, e os frutos são as “pintinhas” que o morango apresenta.
Outro caso curioso é o das bananas. As bananas são frutos chamados partenocárpicos, ou seja, os ovários se desenvolvem sem ter havido fertilização. Por esse fato, as bananas são frutos que não apresentam sementes.



  ESTRUTURA DA SEMENTE
Tegumento ou casca: é o envoltório protetor da semente.
Embrião: estrutura diplóide originado do zigoto e que formará a nova planta. No embrião existe:
                . Uma radícula, que dará origem à raiz.
                . Um caulículo, que dará origem à porção basal do caule.
                . Uma gêmula, que formará a porção apical do caule.
                . Os cotilédones, que são folhas modificadas associadas à nutrição do embrião para formação da nova planta.
Endosperma ou albúmen: tecido triploide que acumula substâncias que nutrem o embrião.
                As sementes podem possuir um ou dois cotilédones (é uma maneira de classificação das angiospermas). Quando a semente possui um cotilédone, este é reduzido e o endosperma é bem desenvolvido. Quando a semente possui dois cotilédones, estes são desenvolvidos, e o endosperma é reduzido.


 CLASSIFICAÇÃO DAS ANGIOSPERMAS
As angiospermas são classificadas de acordo com o número de cotilédones em suas sementes. Assim, não classificadas em monocotiledôneas e dicotiledôneas.
Além do número de cotilédones nas sementes, as monocotiledôneas e dicotiledôneas apresentam uma série de diferenças. São elas:
MONOCOTILEDÔNEAS
DICOTILEDÔNEAS
Raízes fasciculadas ou em cabeleira (aglomerado de raízes com mais ou menos o mesmo grau de desenvolvimento)
Raízes pivotantes ou axiais (tem maior grau de desenvolvimento que as raízes secundárias, e penetram o solo verticalmente)
Caules com feixes liberolenhoso (vasos condutores) desordenadamente distribuidos
Caules com feixes liberolenhosos ordenados em círculos concêntricos.
Folhas com nervuras paralelas (paralelinérveas)
Folhas com nervuras em rede (reticuladas)
Flores trímeras, com peças florais em número de três ou múltiplo de três (três sépalas, três pétalas, três estames, três carpelos, ou seis sépalas, seis pétalas...)
Flores dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras (peças florais organizadas em número de dois, quatro, cinco ou múltiplos)
Sementes com um cotilédone e endosperma bem desenvolvido
Sementes com dois cotilédones e endosperma pouco desenvolvido
Ex: milho, cana-de-açúcar, grama, lírio, arroz, etc.
Ex: laranja, feijão, soja, maçã, hortelã, tomate, etc.